Fui

Este blog nem bem nasceu, já vai morrer. Pelo menos no formato atual. A partir de agora, meu blog sobre futebol ficará dentro do portal da ESPN Brasil, no endereço http://espn.com.br/blog/gianoddi. Vai lá.

Por aqui seguirá publicado o histórico dos mais de cinco anos do blog A Bola na Bota e os outros poucos posts publicados no breve intervalo entre o lançamento deste blog e a entrada no portal da ESPN Brasil.

O conteúdo do blog dos tempos de UOL e de iG está disponível através do arquivo, da caixa de busca e dos temas à direita. Em breve (ou nem tanto) este espaço deve servir a outra função, com outro tipo de conteúdo. Aí aviso pelo Twitter, no @gianoddi. Feito?

Era isso, por enquanto. Ciao.

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Volto já

Eu sei, eu sei: nem bem voltei, já vou sair? Mas agora trata-se, como diz a propaganda, do descanso do guerreiro. No meio de outubro, estarei de volta. Por aqui e na ESPN. Até lá.

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And the Oscar goes…

Um dia depois de Dagoberto se candidatar ao Oscar 2012 ao simular a amputação de uma perna após falta cometida pelo corintiano Emerson no clássico São Paulo x Corinthians pelo Brasileirão, pensei em iniciar uma disputa para escolhermos o melhor ator do campeonato.

Não são poucos os candidatos, indicados pela turma do Twitter: o próprio Dagoberto, Neymar, Valdívia, Neto Berola, Jorge Henrique, Caio, D’Alessandro… quem tiver mais sugestões, pode deixar nos comentários abaixo.

Mas os links que estão rodando nas redes sociais nesta quinta-feira nos permitem estender a categoria aos árbitros. Dá uma olhada nos dois lances abaixo. O primeiro, indiscutivelmente ridículo, ocorreu em um jogo da Série D, no qual o Operário derrotou o Mirassol por 3 a 0 (dica de Cae Muniz, no Facebook). Olha só:

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O segundo, mais discutível, de um assistente no jogo de quarta-feira entre Universidad de Chile e Nacional, pela Copa Sul-Americana (dica de @felipecouto55). Digo mais discutível porque, embora muitos argumentem que “um rolo de papel higiênico” não poderia causar tanta dor, a velocidade com que o objeto chega à cabeça do assistente faz crer que não se tratava de um “rolo de papel higiênico”, mas algo mais parecido com uma bobina de papel. Mais pesado, portanto (o que não mudará muito porque, a gente sabe, a Conmebol não fará nada a respeito). Assista e tire sua própria conclusão:

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Câncer organizado

Na noite deste domingo, no Pacaembu, duas torcidas organizadas do Santos brigaram entre si. Em um jogo no qual o time venceu, o fato de duas torcidas desse mesmo time saírem se espancando é mais uma das inúmeras provas de que as torcidas organizadas, em geral, agem motivadas por coisas que pouco têm a ver com um clube de futebol.

No mesmo Pacaembu, depois da derrota corintiana, uma organizada do clube se sentiu no direito de “exigir” (foi o verbo que usaram) uma “reunião” (foi o termo que acharam apropriado) com o técnico Tite. Não conseguiram, mas foram recebidos pelo gerente de futebol Edu Gaspar. Porque os dirigentes dos clubes, muitas vezes demagogos e interessados naquilo que as organizadas podem lhe oferecer, costumam mesmo acatar pedidos absurdos destes “torcedores”.

Em Florianópolis, também neste domingo, Marcos Assunção, jogador de cujos pés saem quase todos os gols do Palmeiras no Brasileiro, foi xingado pela principal organizada do clube, assim como o técnico Felipão. É minoria, entre palmeirenses normais, a parcela de torcedores que não apoia o técnico e o volante. Mas na organizada, sabe-se lá bem por que, as coisas são diferentes.

“Da manifestação da torcida, vocês têm que perguntar com quem eles conversaram durante a semana, quem os levou pra dentro do CT, para daí ver o que está acontecendo. É tudo bem orquestrado”, foi o que disse Felipão, quando questionado sobre a manifestação.

Esse tipo de “privilégio” para “organizados” não acontece apenas no Palmeiras, como se vê pelo episódio ocorrido com o Corinthians. São apenas dois exemplos entre muitos que poderíamos pinçar por todo o Brasil se pretendêssemos expandir os exemplos para além deste último domingo. Mas não pretendemos.

Na Europa, a respeito do mesmo tema, o técnico italiano Fabio Capello chegou a dizer o seguinte, pouco antes de deixar seu país para assumir o comando da seleção inglesa: “O problema da Itália são as torcidas organizadas. São elas que mandam no nosso futebol”.

Já na Inglaterra, Capello disse em mais de uma oportunidade que não pensa em voltar a trabalhar na Itália justamente por causa das organizadas, apontadas em pesquisas no país como o principal fator responsável pela queda de público nos estádios italianos nos últimos anos.

Agora, voltando ao Brasil, vejamos os resultados de uma pesquisa realizada pela TNS Sport em 2010 e que respondeu a duas perguntas.

A primeira delas: “Por que os torcedores brasileiros não vão aos estádios?”. As respostas nas 12 cidades que tinham clubes na Série A em 2010 trouxeram como principais motivos, pela ordem:

VIOLÊNCIA
FALTA DE SEGURANÇA

46,97%

DISTÂNCIA DO ESTÁDIO

13,12%

PREFERE ASSISTIR PELA TV

12,62%

PREÇO DO INGRESSO

6,14%

HORÁRIO DO JOGO

3,95%

Na sequencia, visto que a violência foi apontada como responsável pelo afastamento de quase metade do público que não vai aos estádios, perguntou-se “A quem o torcedor atribui a culpa pela violência?”. As cinco respostas mais comuns, também pela ordem, foram:

TORCIDAS ORGANIZADAS

82,12%

ÁLCOOL/DROGAS

6,42%

SEGURANÇA PÚBLICA

5,57%

JOGADORES

1,42%

DIRIGENTES DOS CLUBES

1,09%

É óbvio que ao atribuir a violência às organizadas é preciso levar em consideração que clubes, federações, CBF e todas as esferas de governo têm responsabilidade, de uma forma ou de outra, na liberdade que essas organizações e seus membros têm para agir da forma que agem.

Mas, hoje, o fato é que a frase de Fabio Capello pode valer também para o Brasil. Porque o problema das organizadas, por aqui, é bem maior do que muita gente pensa.

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A seleção… de tuitadas

Carretilha, o destaque do jogo

Tá certo, tá certo… Argentina 0 x 0 Brasil pela Copa Rocca não foi lá um grande jogo. Os craques brasileiros não apareceram, e a Argentina, confirmando que agora tem um técnico de verdade, se virou com seu time tecnicamente mais limitado.

Já a gente, hoje em dia, pelo menos tem o Twitter pra espantar o sono em jogos desse tipo. Porque, pelo que rolou dentro de campo, tirando a tal “carretilha” (ô nominho) do Leandro Damião, os melhores momentos da quarta-feira estiveram mesmo na rede social do passarinho. Olha só uma breve seleção:

@RicaFonta
O único cara que consegue parar o Neymar nos últimos tempos é o Mano.

@calhau
Renato Abreu mostra toda a sua capacidade no jogo de hoje. Já deixou a equipe com a cara e o jeito dele.

@mautex
Um par ou impar, ida e volta, da Dilma contra a Cristina seria bem mais emocionante #superboring

@guustavomorais
#coparoncca

@wbordin
Será que o Lucas foi chamado só para comprar alfajor?

@dkotscho2
Você tá em casa… se sentindo sozinho…. Liga pro Damião….

@danieltozzi
Galvão prepara o editorial. Te cuida, Mano

@flaviogomes69
Foi ontem, 4 x 2. RT @AlonFe: Qto ta o jogo?

@achrispin
Sério, esses vídeos do “amigo internauta” são propaganda viral da APAE?

@svartman
volta andre santos

@rafaalmeidaESPN
Argentina e Brasil estão jogando bem. O problema é quando eles estão com a bola

@lbertozzi
E você reclamando de Leomar, Carlos Miguel, Rochemback e Ramon dez anos atrás

@juliano06
ralf ta sangrando. moradei no aquecimento

@xicosa
Por favor, seu juiz, acréscimo NÃO!

@adenor_tite
Orgulhoso da minha volância

E você, se tiver mais, fica à vontade: pode incluir nos comentários abaixo.

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Felipão e os pichadores

Passada mais uma rodada cheia de tropeços dos grandes, só pra variar, a demissão de técnicos passa a ser vista, especulada ou pedida como a solução para os problemas do mundo. Tite, Luxemburgo e Felipão são as bolas da vez.

Para ter uma ideia sobre o que pensam as torcidas de Corinthians, Flamengo e Palmeiras sobre as possíveis demissões de seus técnicos, apelei para uma breve enquete no Twitter. Após mais de 100 respostas, os resultados foram, resumidamente, os seguintes.

A grande maioria dos corintianos é pela permanência de Tite. Em relação a Luxemburgo, há uma divisão entre os flamenguistas, embora a maior parte tenha votado pela sua saída. Por fim, foi praticamente unânime (com exceção de um único voto) a posição dos palmeirenses pela permanência de Felipão.

Para não exagerar na extensão do post, trato agora sobre Felipão, deixando Luxemburgo para um próximo texto. Sobre Tite, o líder do Brasileirão (onde todos são irregulares, não apenas o Corinthians), não acho que haja muito o que desenvolver em relação à coerente preferência dos corintianos.

Felipão: "Tu imagina se eu tivesse um centroavante que faz gol? Unzinho!"

Sobre Felipão: ele parece ter sua demissão pedida apenas por meia dúzia de torcedores organizados (para mim, sempre com motivações dúbias) munidos de uma latinha de spray. Porque não é difícil entender a posição da maioria dos palmeirenses comuns, sem interesses políticos ou mesmo financeiros.

A 9 pontos da liderança, o Palmeiras ocupa hoje a 8ª colocação no campeonato, posição que parece mais ou menos condizente com o elenco que Felipão tem à disposição.

E embora os resultados não tenham chegado nas últimas rodadas, o técnico também pode argumentar que tem feito o time jogar mais do que os resultados fazem crer. Porque a equipe está há quatro jogos sem vencer, mas foi melhor (leia-se, criou mais chances) que seus adversários em três delas, contra Cruzeiro, Atlético-PR e Internacional.

O jogo contra o Inter foi emblemático: o Palmeiras teve 58% de posse de bola contra 42% do Internacional. Finalizou 26 vezes, contra 9 do rival. Mas tomou três gols de um centroavante como Leandro Damião, justamente o que lhe faltou para definir na partida (aliás, meio Leandro Damião lhe bastaria).

O problema tem sido recorrente, tanto que o time de Felipão é o que mais finaliza a gol em todo o Campeonato Brasileiro, embora tenha apenas o 13º melhor ataque do torneio. Ou seja: o Palmeiras joga bem (até melhor do que deveria pelos jogadores que tem), mas não marca.

Pelo que tem jogado, não é exagero dizer que a solução dos problemas palmeirenses, pensando no futuro, pode não ser tão complexa. Um investimento certeiro bastaria. Justamente porque Felipão montou um time onde não havia.

Some-se a isso que seus dois melhores jogadores, Kléber e Valdívia, por causa de lesões, convocações, propostas ou cartões estúpidos, atuaram juntos em apenas 8 dos 23 jogos do time no Brasileiro. A dupla que tecnicamente poderia fazer diferença em campo atuou, portanto, em pouco mais de um terço dos jogos. No Palmeiras de hoje, não há quem decida.

Pode-se argumentar que o técnico dispensou Wellington Paulista sem lhe dar sequer uma chance jogando como centroavante? Sim. Mas ainda que tenha sido um erro (não estamos falando de Ibrahimovic…) ele é pequeno perto da relação custo-benefício (o termo da moda no Palmeiras) de Felipão, que, apesar de seu gordo salário, ainda acumula no clube muitas das funções que deveriam caber a sua omissa diretoria.

Minha impressão? Sem Felipão, o Palmeiras desabaria. Simples assim.

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Run, Google Maps, run!

Curiosidade pra quem, como eu, considera o Google Maps uma das invenções mais brilhantes da última década. Resolvi fazer hoje uma visitinha virtual ao novo Juventus Stadium, inaugurado ontem. Não esperava, claro, que as fotos do satélite mostrassem o público da festona de ontem. Mas no Google Maps as obras ainda estão “bem atrasadas”, e o campo onde a Juve atuará a partir de domingo não está sequer gramado. Espia só:

Se quiser fazer sua visita virtual pessoalmente, é só clicar aqui.

E para saciar a curiosidade dos que não viram nada da festa de inauguração do estádio, incluo abaixo um vídeo com trechos da cerimônia.

Por fim, dica: quem quiser assistir ao primeiro jogo oficial no novo estádio, é só ligar na ESPN às 7h25 (urgh!) da manhã de domingo. Estarei nos comentários de Juventus x Parma, estreia das duas equipes no Campeonato Italiano 2011-12, com narração de Luiz Carlos Largo.

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Pechincha italiana?

Primeiro, dá uma espiada nos vídeos abaixo.


Este é o estádio que a Juventus de Turim inaugura hoje em um amistoso contra o Notts County. O estádio custou 120 milhões de euros, algo em torno de R$ 280 milhões.

Pegue-se o mesmo número, mas inverta-se a ordem dos dois primeiros algarismos, e teremos os R$ 820 milhões previstos (por enquanto) para a construção do novo estádio do Corinthians, o tal Itaquerão, provável palco da abertura da Copa 2014.

O dinheiro do estádio corintiano, como se sabe, vem, em sua maioria, de empréstimo do BNDES e de isenção fiscal da prefeitura paulistana. Tem também um troco, algo entre R$ 46 e R$ 70 milhões, que será investido pelo Governo do Estado de São Paulo para atender às exigências da FIFA para a abertura.

Existe uma diferença de tamanho entre os dois estádios? Sim: o estádio da Juve tem capacidade para 41 mil lugares. O do Corinthians, 48 mil, mas com o troco que será cedido pelo Governo de SP o número vai aumentar, provisoriamente, para 68 mil.

Se generosamente considerarmos 68 mil como capacidade final do Itaquerão (e não é, porque 20 mil lugares são provisórios), podemos dizer que o estádio da Juventus tem apenas 60% da capacidade do Itaquerão. Custa, em compensação, apenas 34% do estádio brasileiro!

Pode ser que o preço do concreto e de outros materiais, assim como a mão-de-obra, seja bem mais baixo na Itália, mesmo em euros, do que no Brasil? Pode, mas não é o mais provável, convenhamos.

Portanto, para que não fique uma desagradável impressão sobre o uso desnecessário de dinheiro público, seria legal que a construtora Odebrecht incluísse no site oficial sobre a construção do estádio os valores detalhados de cada item do Itaquerão.

Enquanto isso não acontecer, suspeitas ficarão no ar.

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O negócio Neymar

Por essa grana, tem que ir de terno (foto Vip)

Diz o Estadão que Neymar foi vendido para o Barcelona por 60 milhões de euros e que se apresenta ao time catalão apenas em 2013. O presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira, nega o negócio, como é óbvio que faça. Não só porque dirigentes costumam negar negociações que se consolidarão apenas no futuro, mas também porque o Santos pode enfrentar justamente o Barcelona pelo Mundial de Clubes no fim deste ano – o que poderia gerar suspeitas e críticas incomodas ao jogador.

Versões e negativas à parte, o negócio, se confirmado, será daqueles que trará benefícios a todas as partes. E será uma transação da qual Luis Álvaro de Oliveira, o mesmo que hoje a desmente, poderá se gabar. Por que?

1)      A ida de Neymar  para a Espanha é inevitável, mais cedo ou mais tarde. Se o negócio for confirmado nos moldes divulgados pelo Estado, o Santos conseguirá manter o jogador no Brasil por mais de um ano, ainda. Cenário impensável há alguns dias, quando se considerava junho de 2012 o limite para sua saída.

2)      O Santos terá fechado a maior venda da história de um clube brasileiro (60 milhões de euros) e, de quebra, conseguirá receber pelo seu jogador 33% a mais do que o valor previsto em sua multa rescisória.

3)      Além do benefício financeiro da venda, o Santos, que recebe 30% da receita publicitária de Neymar, seguirá lucrando por mais 15 meses com o jogador (hoje, apesar do salário de R$ 1,3 milhão, essa receita é mais que suficiente para o clube pagar o atleta).

E para o Barcelona, que torraria 60 milhões de euros e esperaria 15 meses para contar com o jogador, o negócio valeria? Então:

1)      O Barcelona, agora, pode dizer sem medo que não precisa de Neymar. Tem um time impecável do ponto de vista ofensivo, com Messi, Pedro e Villa. E ainda tem o recém-chegado (e ótimo) Sanchez, de 23 anos. Entre os três titulares na frente, Villa é o mais velho, tem 29 anos. Neymar, quando chegar por lá, estará com apenas 20 anos, ainda! E Villa terá 31. Bom momento pra começar a se pensar numa transição.

2)      Se no modelo de negócio divulgado o Barcelona não poderá contar com Neymar em 2012, o fato de contratar o craque santista lhe garante um benefício indireto: a certeza de que o jogador não atuará pelo arquirrival Real Madrid, onde, aí sim, poderia fazer grande diferença já em 2012.

3)      Resta o questionamento sobre o valor: pagar 33% a mais do que a cláusula de rescisão parece absurdo? Parece. Mas é um jeito de garantir a chegada do cobiçado Neymar e de tirá-lo do maior rival. E 60 milhões de euros é muito? É. Trata-se da quinta maior transação da história do futebol, atrás apenas de Cristiano Ronaldo, Zidane, Kaká e Figo. Mas, hoje, não parece loucura acreditar que Neymar pode entrar neste seleto grupo.

Além disso, convenhamos, o valor é apenas 2 milhões de euros a mais do que o Chelsea acabou de pagar para tirar Fernando Torres do Liverpool. Relativamente, sob esse ponto de vista, Neymar pode sair até barato…

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Mancha na suspensão

Mancha Alviverde, atualmente banida dos estádios, protestou contra Ricardo Teixeira no domingo

Não simpatizo com torcidas organizadas, pelo contrário. Sei como funcionam, o que costumam pregar e o quanto muitas delas têm interesses que vão bem além da vitória de “seus” times. Interesses “bélicos”, políticos ou financeiros, basicamente. Até por isso, em geral, não faço distinção entre organizadas. Com raras exceções, pouco importa o clube, pouco importa o nome da torcida.

Dito isso, está claro, não pretendo defender as organizadas e tampouco condenar novos vetos que eventualmente venham a ser impostos a essas organizações. Mas é discutível a decisão da Federação Paulista de Futebol (e não do Ministério Público, lembremos) de banir dos estádios a torcida Mancha Alviverde por causa do episódio ocorrido no clássico de domingo entre Palmeiras e Corinthians, quando dois integrantes da mesma torcida foram baleados, ainda não se sabe por quem.

A organizada, em seu site, responsabiliza a Polícia Militar pelos episódios ocorridos em Presidente Prudente. A Polícia Militar, por sua vez, não descarta a possibilidade de equívoco de um de seus membros no clássico. Espera-se apuração, portanto. Mesmo assim, preventivamente, a Federação Paulista de Futebol resolveu suspender a torcida.

Em entrevista ao site da ESPN Brasil, Marco Pólo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, disse o seguinte: “É um absurdo falar que policial atirou. Se algum policial atirou, ele cometeu um deslize e será punido pela corporação. Mas policial não sai dando tiro a esmo”. É curioso que Del Nero classifique uma hipótese de absurda para em seguida admitir sua possibilidade e classificá-la como eventual “deslize”.

Corre nas redes sociais teoria que atrela a suspensão da Mancha Alviverde a certas faixas levadas por essa mesma torcida no clássico de domingo. Faixas que pediam a saída de Ricardo Teixeira do comando da CBF. Vale lembrar que, como a principal organizada corintiana não fez manifestação semelhante, a Mancha Alviverde foi a maior torcida a aderir ao movimento #ForaRicardoTeixeira no clássico – outras torcidas menores e torcedores isolados, tanto de Palmeiras como de Corinthians, também aderiram.

Lembremos ainda que uma outra federação, a Federação Catarinense de Futebol, tentou, antes da rodada do último fim de semana, proibir os torcedores de se manifestarem contra Ricardo Teixeira durante os jogos disputados no estado. E em São Paulo, desta vez, a suspensão à Mancha Alviverde não foi imposta pelo Ministério Público como costuma ocorrer, mas pela Federação Paulista de Futebol.

Claro que tudo não passa de uma teoria conspiratória, certo? Nós não acreditamos que a reação rápida e enérgica da Federação Paulista de Futebol (que nem sempre é tão rápida e enérgica) possa ter sido motivada por ser uma espécie de represália à torcida que resolveu chiar mais alto contra Ricardo Teixeira. Até imaginamos que Teixeira não ficaria chateado com esse “agrado”, mas não acreditamos nessa possibilidade, né? Ou será que acreditamos?

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